5 de ago. de 2010

Quanto mais tudo muda, mais permanece igual


Não sei bem quem foi a primeira pessoa a dizer isso, provavelmente Shakespeare ou talvez Bono, mas no momento é a frase que explica melhor o meu defeito trágico: minha incapacidade de mudar. E eu acho que não sou o único.

Quanto mais eu conheço os outros mais eu percebo que todos têm esse defeito.
Ficar exatamente na mesma o máximo possível, ficar tudo estagnado. É bastante cômodo, e, se você sofre, pelo menos a dor é familiar.
Porque se você criasse coragem, saísse da concha e fizesse algo inesperado, quem sabe que outra dor poderia estar esperando? A probabilidade é que seria pior.


Então você deixa como está, escolhe o caminho conhecido e ele não parece tão ruim.
Não é um defeito tão grave, não é um viciado em drogas, não tá matando ninguém, exceto a si próprio, um pouco.

Quando nós finalmente mudamos, eu acho que não acontece como um terremoto ou uma explosão, onde, de repente, nós somos uma pessoa diferente.

Eu acho que é um pouco mais sutil, o tipo de coisa que a maioria das pessoas nem notaria, ao menos que estivessem muito atentas, e, ainda bem, elas nunca estão.

Mas você repara, dentro de você aquela mudança parece ser enorme, e espera que seja, que essa seja a pessoa definitiva, que você nunca mais precisa mudar.

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